A simplicidade e a busca por espaços generosos, em uma cuidadosa composição de materiais, orientou o projeto arquitetônico.

Esse edifício residencial, localizado em uma rua calma de um bairro na parte alta da cidade de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, está a poucos metros das principais avenidas e do centro da cidade. Seu terreno é de meio de quadra, com as quatros fachadas afastadas das divizas e sua fachada frontal voltada para o norte. 

As fachadas do prédio são marcadas pela presença de volumes em concreto armado aparente que coconformam as varandas e sacadas; e de painéis de madeira, concebidos para sombrear os ambientes internos, com um padrão quadriculado, perfurado, que não bloqueia o vento, assim como os muxarabis árabes, trazidos para a arquitetura brasileira colonial e, mais tarde, usados também pelos modernistas. O resultado dessa solução são espaços com temperatura sempre muito agradáveis. Os usuários podem assim otimizar o conforto térmico dos ambientes dependendo do uso e da incidência do sol.

A obra alterna diferentes tipologias de pavimento, onde a principal premissa é a espacialidade e continuidade dos interiores. O projeto das unidades é despojado e fluido, e cada um possui o valor agregado em sua varanda, planejada como um ambiente contínuo em relação ao espaço interno. O apartamentos de frente possuem pédireito duplo e piscina na varanda, alternando sua posição conforme o andar. O segundo pavimento configura, em sua fachada frontal, um salão de festas e o último, uma tipologia de cobertura vertical, com piscina e áreas verdes.

A fragmentação do corpo do edifício é feita em três partes para uma melhor integração da área de lazer e das circulações verticais e horizontais. O volume central concentra a circulação vertical e une os volumes residenciais: o volume frontal com apartamentos duplex e o posterior, com generosas sacadas arborizadas. Os dois volumes de apartamentos são desencontrados, com diferença de um lance de escadas, possibilitando pé direito duplo no hall de entrada e uma pequena praça na área frontal, que é devolvida ao espaço urbano.